segunda-feira, 7 de julho de 2014

Resistência - Parte II



Eu vivo no campo, numa região perto de Viana de Castelo. A rotina diária é levantar, cuidar dos animais, almoçar, lavrar o campo, jantar, ver um pouco de televisão e depois deitar e repetir. Nada demais, a agricultura, como temos um grande campo, é suficiente para vivermos bem e até temos dinheiro para ir para apanhar o comboio e ir passear ao Porto às vezes, o que se revela sempre emocionante. Hoje era Quinta-feira, um dia especialmente mau, céu aberto e sol que é capaz de derreter os olhos se olharmos para ele. Eram 14 horas da tarde, e tinha acabado de pegar no ancinho para levantar as cenouras e plantar as restantes sementes, quando senti de repente um vento pouco natural, parecia gelado, em comparação ao tempo que estava, reconfortante, mas mesmo assim desnatural. Não sou meteorologista, aliás, após ter tirado a minha licenciatura decidi voltar para casa dos meus pais e tentar levantar o campo deles a uma maior altitude, para torna-lo mais lucrativo e poupar trabalho às costas do meu pai. Olhei em frente e tudo o que via era um enorme campo, que se estendia por umas centenas de metros, se me deitasse à beira do grande carvalho parecia que o campo tocava no céu desse ponto de vista. Apesar de atarefada, a minha vida no campo era rodeada de paz e ovelhas a balir. Mas um som de assobio muito agudo quebrou a atmosfera por completo. Vários objectos caíram do céu e levantaram poeira, e abanando a terra como se de um terramoto se tratasse…

Mas de entre a poeira um brilho néon azul claro piscava lentamente… Aproximei-me para ver… 

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