As pisaduras arranjavam sempre uma justificação plausível no
tempo certo, para não contar à família que o meu querido primo com o qual sou
muito cúmplice é afinal a pedra do meu túmulo na escola.
Mas como é que isto tudo começou? Às vezes interrogo-me
sobre isso. Parece-me que isto tem sido uma eternidade e que na realidade
andamos nisto desde que tenho memória.
Ele era mal-educado, rufia, egoísta, e todo o tipo de coisas
que não gostaríamos que um primo tivesse. Eu, por outro lado, era uma criança
inocente, daquelas que gritava como os super-heróis dos desenhos animados e
emitia onomatopeias de socos, tiros de armas laser e explosões.
Mas não o culpo, ele sempre teve ódio. Estava sempre no caminho
dele… Quando começas a chorar e os adultos vêem ao teu encontro e só estás tu e
aquele primo mais velho, quem achas que será o culpado? Talvez tenha sido tudo
um ódio, mas eu não o culpo, estava sempre no caminho dele…
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