Sinto-me rejuvenescido, como se toda esta porcaria tivesse valido a pena, como se de todas as pedras atiradas a mim eu tivesse um castelo valente, sinto-me agora superior a quem fui no passado, ultrapassei isto tudo!
- Que estás aqui a fazer Miguel? – Disse o meu primo,
malevolamente, enquanto os amigos se matavam de riso
Senti uma facada bem forte no coração, tudo o que senti ou
pensei que senti foi apenas uma mentira.
- Porque é que fizeste isto?! Não tens mais nada que fazer
do que me chatear? Arranja uma vida saco de pulgas! – Gritei, do fundo do meu
espirito
- Uh! Parece que o ratinho está a crescer-lhe pelo no
queixo! – Disse Ricardo, rindo-se com os amigos
- Tosquiamos o focinho dele Ricardo? – Disse um rufia, as
suas caras mudam sempre, é como se trocassem de vez para me gozar
- Bora lá – E
começou
Foi rápido, tudo o que vi foi turbilhões e senti dores,
dores que não foram nada comparado que o passo desde que entrei nesta escola.
Quando dei por mim estava deitado no chão, olhando o céu.
Não estava triste, não estava a chorar, nem sequer pensei em
nada, apenas me levantei e segui para casa. Hoje não senti dor, foi como se me
tivesse finalmente habituado. Infelizmente não comi, apenas respondi sim e não
aos meus pais e dormi que nem uma pedra.
Tinha começado aquilo que as pessoas chamam de “depressão”.
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