Existem dias em que desejamos nunca ter acordado. Existem dias em que preferíamos ficar na cama, abraçados aos nossos sonhos cor-de-rosa enquanto ressonávamos num som confortável. Às vezes até desejamos voltar às dores do dia-a-dia em troca da mudança. Pois bem, acabei de me apaixonar completamente pelo meu trabalho no campo, porque onde eu estou agora não tem nada a ver com ele, nem nada que exista no nosso planeta.
- Ern Yube Tere Ainz
- Ouvi uma voz muito grave, que me acordou
- Rubt Lan Irse -
Replicou outra voz
As duas criaturas não eram como aquelas contra quem
disparei, eram maiores, mais corpulentas e a sua pele parecia a de um sapo,
parecia ter um aspecto liso e suave, chegando a ser viscoso, mas isto apenas ao
olhar.
As duas criaturas continuaram a conversa. Eu estava preso, e
dos meus dois lados tinha outras pessoas. Presumo que estivessem a avaliar as
qualidades da nossa espécie. Um deles veio a mim e olhou-me com os seus olhos
de reptil amarelos, manchados de laranja, desatou-me das algemas holográficas e
prendeu-me por um cadeado holográfico ao pescoço, puxando-me. Passando alguns
minutos de caminhada, conseguia ver uma porta aberta onde estava algo que me
parecia uma camara de tortura. A criatura soltou um pequeno riso abafado de
satisfação, algo que confirmou os meus medos. A besta tinha algo pontiagudo nas
suas costas, com as minhas mãos livres peguei no objecto, e de mãos tremules, esfaqueie
o guarda. Sangue roxo fervia da sua ferida, largando o meu cadeado. Mas o meu
alivio foi breve. O monstro tirou o objecto do seu pescoço, agarrou no meu
cadeado de novo. Puxou-o de forma a eu cair e pôs uma das suas enormes patas no
meu peito, apertando-me, fazendo com que mal conseguisse respirar. Conseguia
ver que tudo parecia feito de carne podre misturada com metal no sitio onde
estava, num tom entre verde e vermelho escuro.
- Arn Isse Urn, Tena Ur Coma Si Ank Irib Pale! - Cuspiu o
guarda para mim, senti um estalido horrível no meu peito, seguido de uma dor incontrolável
Foi o começo da minha insanidade. A criatura apertou um
botão no colar do seu pescoço e de repente.
- Mais uma brincadeira dessas e eu juro que te estripo, osso a
osso, insecto - A criatura conseguia falar Português…
A minha mente estava engolida em medo, dores e nervos, não
conseguia pensar direito. E assim continuei o meu passeio romântico com um extraterrestre
até a tal sala de tortura…
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